Imagine-se em um circo onde o holofote se concentra em um equilibrista. Ele habilmente equilibra quatro pratos giratórios em varinhas – uma dança onde o foco muda de um prato para o outro, para garantir que nenhum deles caia. Assim é a vida: uma constante busca pelo equilíbrio entre os diversos papéis que desempenhamos.
O equilibrista de pratos busca o equilíbrio dinâmico, ou seja, equilíbrio dentro do constante desequilíbrio, pois sempre há um prato dependendo de mais atenção. Seu sucesso depende de alocar seu tempo e atenção ao prato que está ameaçando cair. O equilíbrio dinâmico é muito diferente do equilíbrio estático, que me parece sequer desejável para quem está vivo.
Em longas e prazerosas conversas que tive com os amigos Martin Iglesias e Denise Hills, começamos a nos indagar sobre os desafios que a revolução da longevidade impõe a todos nós. Afinal, preparar-se para viver 50 anos é muito diferente de se preparar para uma vida que pode chegar aos 80 ou 100 anos.
A partir destas indagações, concluímos que quatro áreas são vitais para aproveitar os quase 30 anos a mais de expectativa de vida que ganhamos no último século. Assim, definimos o que passamos a chamar de 4 capitais: Físico, Social, Intelectual e Financeiro.
Como o artista do circo equilibrando pratos em varinhas, a vida moderna exige uma dança constante entre estes quatro capitais essenciais. Estes pilares, em conjunto, formam a estrutura da nossa existência e determinam a qualidade de vida que teremos nos anos a mais de vida que ganhamos. No entanto, é crucial entender que a preparação para a longevidade deve começar quando ainda somos jovens.
A seguir, descreverei cada um dos quatro capitais:
Capital Físico
É a nossa saúde e bem-estar, frequentemente relegado ao segundo plano em função de compromissos e distrações diárias. O estresse, a insônia e soluções rápidas, como o tabagismo ou o excesso de álcool, prejudicam nosso corpo. A falta de tempo e a ampla oferta de alimentos ultraprocessados têm levado a uma preocupante epidemia de sobrepeso que prejudica nossa saúde.
Precisamos reconhecer que a longevidade produtiva exige cuidado constante com o corpo que nos abriga. Historicamente, o exercício tem sido promovido como uma maneira de manter a forma, proteger o coração e aumentar a longevidade. Contudo, descobertas recentes mostram que os benefícios dos exercícios vão além da saúde física, evidenciando uma conexão profunda entre atividade física e saúde mental.
A prática regular de exercícios libera endorfinas, frequentemente referidas como os “hormônios da felicidade”. Esses neurotransmissores atuam no cérebro para aliviar a dor e induzir sentimentos de euforia. Além disso, o exercício também aumenta a secreção de serotonina e dopamina, ambos cruciais para o humor e a motivação. Os benefícios mentais do exercício físico não param por aí. Pesquisas recentes também vinculam a atividade física regular à melhoria da memória, à redução do risco de declínio cognitivo e à prevenção de doenças neurológicas.
Capital Social
Representa a riqueza dos nossos relacionamentos, traduzindo-se na conexão profunda com a família, na amizade que nos revigora e na camaradagem do ambiente de trabalho. Manter esse capital é compreender que os relacionamentos são como plantas: precisam ser regados e cuidados. Costumo sempre afirmar que ter família e amigos custa caro – não financeiramente, mas em tempo. Quem gasta todo seu tempo na busca por capital financeiro pode acabar perdendo a saúde, a família e os amigos.
Capital Intelectual
Reflete nossa capacidade de adaptação em um mundo em constante mudança. Estamos vivendo uma era de evolução tecnológica e social acelerada. Inovações estão redefinindo não apenas como trabalhamos, mas também como nos comunicamos, aprendemos e nos relacionamos. Essa constante mudança exige uma adaptabilidade intelectual sem precedentes. A internet e as redes sociais transformaram completamente a forma como interagimos e consumimos informações. A inteligência artificial e a automação estão remodelando o mundo do trabalho, exigindo que os indivíduos atualizem continuamente suas habilidades e conhecimentos.
Essa velocidade de transformação pode ser avassaladora. Porém, aqueles que investem em seu capital intelectual, mantendo uma mentalidade de aprendizado contínuo, são mais propensos a prosperar neste cenário em constante mudança. Tornam-se mais resilientes, adaptáveis e prontos para enfrentar os desafios do futuro. Costumo dizer que o capital intelectual pode ser difícil de medir, mas é simples identificar sua ausência. Pessoas que dizem “no meu tempo” demonstram baixo capital intelectual, pois, se estamos vivos, este é nosso tempo. Aqueles que possuem preconceitos, de qualquer tipo, também apresentam baixo capital intelectual. São pessoas que se apoiam em normas sociais ultrapassadas, resistindo à diversidade e pluralidade.
Capital Financeiro
Não se trata apenas de acumular riqueza, mas de viver de forma satisfatória, de acordo com os próprios padrões e o que possuímos. Trata-se da liberdade financeira alinhada aos valores pessoais.
Durante milênios, a aposentadoria resultou de um pacto intergeracional, no qual os pais tentavam deixar uma herança para os filhos e estes assumiam o compromisso tácito de cuidar dos pais na velhice. No entanto, este pacto tornou-se obsoleto devido ao aumento da expectativa de vida e à redução do número de filhos por família.
Estes fatores também impactaram a sustentabilidade dos sistemas de seguridade social, levando muitos a questionar se terão recursos suficientes para manter um padrão de vida adequado durante uma longevidade estendida.
Investir em capital financeiro não significa necessariamente ter grande riqueza, mas ter a capacidade de manter-se financeiramente durante a vida, e os planos de previdência complementar são poderosos aliados na busca de saúde financeira e independência na longevidade. Por esse e outros motivos que há 19 anos a Quanta Previdência segue comprometida a construir futuros mais tranquilos, oferecendo às pessoas planos de previdência privada no modelo fechado, um modelo seguro, rentável e com baixíssima taxa de administração.
O circo da vida exige que equilibremos constantemente estes quatro pratos – Físico, Social, Intelectual e Financeiro. Assim, precisamos de um plano holístico que considere todas estas dimensões. O equilíbrio, portanto, não é uma linha reta, mas sim um dançar contínuo entre prioridades, ajustando-nos ao ritmo de uma música que está sempre mudando. E, como em qualquer dança, a prática leva à perfeição. Comece hoje a praticar e descubra a harmonia dentro do caos da vida moderna.