Filhos e dinheiro: uma relação que precisa começar desde cedo

Atualmente todas as nossas ações, decisões e comportamentos direta ou indiretamente envolvem a utilização de dinheiro. Seja ir ao supermercado, planejar uma viagem ou comprar um imóvel. No entanto, acabamos blindando os nossos filhos desse tipo de relação que as crianças precisam ter com o dinheiro desde cedo.

Apesar de alguns avanços, educação financeira é ainda um assunto pouco tratado em nosso país. Dada nossa herança cultural nossos pais e avós não costumavam falar com as crianças sobre dinheiro. Por consequência a maioria de nós replica este modelo em nosso dia a dia, mas não deveria ser desta forma.

Hoje mais do que nunca é importante que as crianças saibam a importância do dinheiro para que possamos criar pessoas que se transformarão em adultos conscientes quando o assunto é educação financeira. Afinal de contas, essa relação com o dinheiro vai nos acompanhar até o final de nossas vidas. Então, quanto melhor e mais cedo for essa relação, melhor viveremos.

Fale sobre dinheiro com seu filho, permita que esse assunto esteja presente nas conversas em família, converse abertamente do preço e valor das coisas. As crianças precisam aprender desde cedo que os seus sonhos custam dinheiro e que a origem daquele dinheiro é fruto de trabalho e esforço. Ensinar que o dinheiro vem do trabalho é importante e que poupar e investir são essenciais para conquistarmos o futuro tranquilo que tanto desejamos.

Algumas práticas bem simples podem colaborar para desenvolvermos uma educação financeira e previdenciária desde cedo. Proporcione a oportunidade para que seu filho tenha contato com o dinheiro. Crie o hábito de dar pequenas quantias, estimulando a administração deste recurso desde cedo. Desta forma você conseguirá conscientizá-lo da diferença entre desejo e necessidade, ensinando que o consumo desenfreado pode ter efeitos muito ruins para a vida dele no longo prazo.

Lembre-se: geralmente as crianças são ansiosas. Então troque a mesada pela semanada. Alguns especialistas afirmam que o ideal é calcular esse valor a partir da idade do seu filho multiplicando-a por 2 o resultado é exatamente quanto você deve destinar a ele por semana. Exemplo: minha filha tem 16 anos (16×2 = R$32 por semana).

O mais importante nesse caso é criar a consciência na administração deste recurso lembrando que a criança terá uma recorrência de recebimento e é exatamente esse dinheiro que ela usará no dia a dia. Esse ensinamento é muito importante para a disciplina financeira.

Uma vez que você falou como se GANHA e como se GASTA, você precisa orientar sobre a importância de GUARDAR/INVESTIR. Essa orientação é fundamental! Alguns especialistas sugerem que o cofre seja transparente, para que a criança acompanhe a evolução desde investimento ao longo do tempo.

Toda vez que a criança for receber essa semanada cabe a você perguntar para ela quais são os seus sonhos e o que ela pretende comprar com esse dinheiro. Vale afirmar que você está dando a ela a oportunidade deste diálogo para que ela receba todas as orientações para saber lidar de fato com o dinheiro, e assim, evoluir com outras opções de investimentos com o passar do tempo.

Por fim, incentive o seu filho a praticar atividades sobre educação financeira tentando transformar esse aprendizado em uma brincadeira, para que o assunto não fique pesado e a criança consiga assimilar melhor esse tipo de lição. Existem jogos que contribuem com esse aprendizado como banco imobiliário ou o jogo da vida.

O objetivo é o desenvolvimento destas capacidades para que a criança se torne um adulto consciente e financeiramente mais responsável. Lembre-se que o exemplo dos pais e familiares é fundamental neste processo.